Já não é novidade que o Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina, suína e de aves do mundo. Mas você sabia que o país tem também um elevado potencial em exportar subprodutos, tais como farinha de sangue, penas e ossos?
De fato, o potencial de exportação de subprodutos da reciclagem animal é muito grande, entretanto o Brasil exporta muito pouco do que produz, com a exportação de farinha de sangue, penas e ossos sendo muito baixa.
Dessa forma, um dos grandes desafios do segmento da reciclagem animal, em especial de subprodutos como farinha de sangue, penas e ossos, é alcançar o mercado internacional com maior volume, já que muitas são as dificuldades que as empresas do setor ainda enfrentam.
Conheça então os números da exportação brasileira de farinha de sangue, ossos e penas, além dos principais desafios desse setor que apresenta elevado potencial para crescer e contribuir com a balança comercial brasileira.
Números da exportação de subprodutos da reciclagem animal
O Brasil é um grande produtor de carne, este produto chega em todo o território nacional, além de ter grande participação em muitos países no mercado internacional.
Em razão dessa elevada produção, o volume gerado de subprodutos (sangue, penas, ossos, vísceras etc.) é também bastante elevado, possibilitando a produção de um alto volume de farinha de sangue, penas e ossos, por exemplo.
Entretanto, o volume de exportação destes subprodutos é ainda reduzido. Dados do II DIAGNÓSTICO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE RECICLAGEM ANIMAL, apresentados em 2014 pela ABRA (Associação Brasileira de Reciclagem animal), indicam que da produção total no ano de 2014, apenas 2,13% foi exportado.
De fato, esse percentual ainda é muito pequeno perto do potencial do setor, mas mesmo assim, representa um grande avanço frente à exportação verificada 4 anos antes, que foi de apenas 0,88% da produção total.
Vale lembrar que, de 2010 até 2018 ouve um expressivo aumento nas exportações. Esse aumento é devido principalmente às farinhas de sangue, penas e ossos, cuja exportações passaram de 44 mil toneladas em 2010 para mais de 180 mil toneladas em 2018, movimentando US$ 92,8 milhões no mercado internacional em 2018.
Os principais destinos dos produtos da indústria de reciclagem animal brasileira são o Vietnã (com expressivo crescimento nos últimos anos), seguido pelo Chile, Bangladesh e Argentina.
Desafios para maior exportação da farinha de sangue, penas e ossos
Como visto, a exportação brasileira de farinha de sangue, penas e ossos, decorrentes da reciclagem animal, ainda é pouco expressiva no país, em contrapartida há muitas possibilidades de crescimento.
Entretanto, para aumentar o volume exportado é necessário que as empresas de reciclagem animal superem alguns desafios e dificuldades que, por muitas vezes, impedem essa maior participação deste tipo de subproduto produzido no Brasil no mundo.
Dentre os diversos desafios e dificuldades do segmento de reciclagem animal, em especial da farinha de sangue, penas e ossos é conseguir aprovação dos órgãos competentes para alcançar o mercado internacional.
Neste sentido, as rigorosas normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para fabricação desse produto direcionado à exportação, aliada à burocracia para adquirir uma licença de exportação são grandes entraves para maior presença destes subprodutos no mercado externo.
Além disso tudo, há ainda grande diferença de parâmetros de avaliação da qualidade do produto produzido no Brasil e os desejados pelos importadores.
Medidas para aumentar as exportações destes subprodutos
Para superar os desafios e conseguir aumentar continuamente o volume de exportação de produtos derivados da reciclagem animal brasileira diversas ações precisam ser ponderadas.
A primeira ação nesse sentido é pensar na máxima qualidade das farinhas produzidas pelas fabricantes nacionais. Essa qualidade deve envolver desde as medidas relacionadas à coleta e incorporação de matérias-primas até a máxima eficiência no processo industrial.
Neste sentido, é importante que a empresa disponha de bons fornecedores de matéria-prima, profissionais muito bem qualificados e equipamentos de graxaria modernos e de qualidade, com isso, é possível manter os parâmetros de qualidade e padronização desejados pelo mercado externo para subprodutos como farinha de sangue, penas e ossos.
Além disso, as empresas de reciclagem animal devem atuar de maneira mais ativa junto aos órgãos reguladores, como é o caso do MAPA.
Ao estreitar esse relacionamento, há a possibilidade de desburocratizar a licença de exportação, possibilitando atingir mais mercados ao redor do mundo.
Por fim, além de estreitar a relação com os órgãos reguladores é fundamental que as empresas de reciclagem animal se adequem às exigências e requisitos dos importadores, principalmente quanto à qualidade, requisitos sanitários, homogeneidade/uniformidade e demanda.
Somente por meio dessas medidas que novos mercados serão alcançados, aumentando o volume exportado destes subprodutos.
Falamos bastante sobre a farinha de sangue neste texto, mas você sabe quais são suas aplicações? Confira essas aplicações da farinha de sangue!